O último Cabalista de Lisboa de Richard Zimler


Após uma breve introdução e nota do autor, somos transportados para Lisboa no ano de 1506. Aqui, experienciamos a vida pelos olhos de Berequias Zarco, um jovem judeu que sofre grandes perdas e nos descreve ao pormenor a vida do mesmo e os fatídicos acontecimentos de Abril de 1506.
A verdade e realidade de um passado que queima, a lembrança de uma nação que na intenção engana. Através destas páginas enfrentamos a dura, mas necessária verdade, na qual devemos refletir para impedir que tais erros horríveis se tornem a repetir. Assim, mais uma vez, somos relembrados de como a religião tem a capacidade de dividir, dando espaço e ferramentas para os mesquinhos e invejosos…
Um homicídio guia os acontecimentos desta história que de policiais convencionais não tem nada. Berequias ‘fala’ connosco, expondo-se inteiramente a nível intelectual e emocional, e através dele, sentimos e vivemos o seu passado, numa viagem de mistério e dor.

Cativante da primeira página, até ao último ponto final, o leitor fecha o livro, deixa-o repousar no colo, fecha os olhos e sente um fluxo percorrer o seu mais ínfimo pensamento, uma sensação indescritível percorre-o, e por uns momentos nada mais existe do que esta calma interior enquanto a nossa mente absorve cada palavra e cada imagem do que nós mesmos acabámos de viver. Uma experiência, mais uma vez, incrivelmente conseguida pelo autor, torna-o, sem dúvida, uma excelente leitura.

Enviar um comentário

0 Comentários